Ho Chi Minh, o herói nacional

Ho Chi Minh

Impossível falar do Vietnâ sem mencionar o grande ídolo nacional Ho Chi Minh. É idolatrado como um deus no norte do Vietnâ, porem eu não senti a mesma idolatria no sul. A relação entre Ho Chi Minh e o Vietnam é insolúvel, é como dedo e unha. Nosso guia em Hanoi, Pedro, ao contar a vida de Ho Chi Minh se emocionou tanto que quase foi às lágrimas.

Ho Chi Minh 1946

Batizado com o nome Nguyễn Sinh Cung, conhecido mundialmente como Ho Chi Minh, que significa “aquele que ilumina”, nasceu em 19 de maio de 1890. Em 1911, aos 21 anos, começou a trabalhar de cozinheiro num navio Frances (ouso dizer que provavelmente foi pego de gaiato no navio, passageiro clandestino). Instala-se em Londres em 1915; e em seguida muda-se para França, onde trabalhou como jardineiro e garçom. Começa ali sua vida política, envolve-se com movimentos socialistas franceses e ajuda a fundar o P.C. da França. Em 1923, é enviado para Moscou para treinar táticas de guerrilha. Foi enviado para a China em 1925, de onde saiu expulso em 1927. Vive em vários países até se instalar em Hong Kong, onde dirige um movimento anti imperialista na Indochina, dominada pela frança desde 1854. Tal qual Gandhi, Ho Chi Minh teve boa formação e visão do mundo.

Foi preso pelos ingleses, provavelmente a pedido da França, em 1930, mas consegue escapar e busca refúgio em Moscou.

Em 1941 funda a Liga pela Independencia (Viet Minh) para lutar contra os franceses. Durante a II Guerra Mundial, usando táticas de guerrilhas, combate os invasores japoneses na Indochina. Ao final da Segunda Guerra, a liga Viet Minh delimita uma zona ao norte e declara a independência da região. A França revida, enviando tropas, e inicia-se a guerra pela independência do Vietnâ, que se estendeu até 1954, com os franceses derrotados pelo norte e Ho Chi Minh proclamado presidente do Vietnâ do Norte. Entretanto o sul continuava sob domínio Frances. Ho Chi MInh inicia então uma campanha para expulsar os franceses do sul. Porem morre em Hanoi em setembro de 1969, sem testemunhar a reunificação. Finalmente em 1976, os franceses são expulsos e é declarada a reunificação dos dois Vietnâ.

Apesar de gozar grande respeito por sua luta pela independência do país, expulsando os franceses, por sua luta contra a invasão norte-americana, contra a invasão japonesa e a reunificação do país, Ho Chi Minh impôs ao povo Vietnamita feroz censura, perseguição implacável aos seus opositores e culto a sua personalidade. Calcula-se que 25.000 opositores às suas ideias, morreram em campos de concentração durante seu governo. Ho Chi Minh também é criticado pela forma em que conduziu a reforma agrária no país. Apesar de tudo, é o grande herói nacional.

Victor Jara (1932-1973)

Fica aqui uma homenagem ao cantor Victor Jara, morto pelo regime militar chileno, em 1973, aos 41 anos. Jara, que hoje é venerado no Chile, compôs essa canção, “El derecho de vivier em paz”, em pleno período da guerra do Vietnâ contra os americanos:

El derecho de vivir
poeta Ho Chi Minh,
que golpea de Vietnâ
a toda la humanidad.
Ningun cañon borrara
el surco de tu arrozal.
El derecho de vivir en paz.


Indochina es el lugar
mas alla del ancho mar,
donde revientan la flor
con genocidio y napalm;
la luna es una explosion
que funde todo el clamor.
El derecho de vivir en paz.

Tio Ho, nuestra cancion
es fuego de puro amor,
es palomo palomar
olivo de olivar
es el canto universal
cadena que hara triunfar,
el derecho de vivir en paz.

Segue o link da canção :

http://www.youtube.com/watch?v=x_jrmZnX0fk

The Ballad of Ho Chi Minh

Em 1954, ainda antes da invasão norte-americana, o compositor britânico Ewan MacColl compôs essa canção, que nos foi apresentada pelo nosso guia Pedro, em Hanoi :

Far away across the ocean,
Far beyond the sea's eastern rim,
Lives a man who is father of the Indo-Chinese people,
And his name it is Ho Chi Minh.

Ho, Ho, Ho Chi Minh / Ho, Ho, Ho Chi Minh

From Vietbac to the Saigon Delta
From the mountains and plains below
Young and old workers,
peasants and the toiling tenant farmers
Fight for freedom with Uncle Ho.

Ho, Ho, Ho Chi Minh, etc.

Now Ho Chi Minh was a deep sea sailor
He served his time out on the seven seas
Work and hardship were
part of his early education
Exploitation his ABC.

Now Ho Chi Minh came home from sailing
And he looked out on his native land
Saw the want and the hunger of the Indo-Chinese people
Foreign soldiers on every hand.

Now Ho Chi Minh went to the mountains
And he trained a determined band
Heroes all, sworn to
liberate the Indo-Chinese people
Drive invaders from the land.

Fourteen men became a hundred
A hundred thousand and Ho Chi Minh
Forged and tempered
the army of the Indo-Chinese people
Freedom's Army of Viet Minh.

Every soldier is a farmer
Comes the evening and he grabs his hoe
Comes the morning he swings his rifle on his shoulder
This the army of Uncle Ho.

From the mountains and the jungles
From the ricelands and the Plain of Reeds
March the men and the women of the Indo-Chinese Army
Planting freedom with vict'ry seeds.

From VietBac to the SagGon Delta
Marched the armies of Viet Minh
And the wind stirs the banners of the Indo-Chinese people
Peace and freedom and Ho Chi Minh.

Link da canção :

https://www.youtube.com/watch?v=2xxUOveX2wA

Nossos heróis

Nós, brasileiros, não temos grandes heróis. Ou, se temos, não damos a eles o devido valor. De fato, não nos envolvemos em guerras sangrentas, nem fomos alvo de invasões estrangeiras, e a unificação nacional, considerando nossa vasta extensão territorial, foi relativamente pacífica. Na escola, me ensinaram que o grande herói nacional foi Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Ultimamente os historiadores modernos tem colocado Caxias em baixa, pois acusam o mesmo de ter comandado batalhas contra os Paraguaios, e esse inimigo era na verdade um exército de crianças e adolescentes.

Particularmente acho que D. Pedro I, nomeado imperador aos apenas 24 anos, apesar da pouca idade conseguiu unificar nosso país com grande habilidade. Gosto de Tiradentes, foi um reacionário, ousou desafiar os opressores e morreu por uma causa justa. Porem pouca ou nenhum importância damos aos personagens de ajudaram a construir a nação Brasileira. Preferimos idolatrar ídolos esportivos, e assim, nossos grandes ídolos hoje são Pelé e Airton Senna.

Temos ídolos passageiros, que de vez em quanto são lembrados, Roberto Carlos, Ronaldo, Piquet. Pobre Brasil...

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